A série de vídeos sobre o Recomeçar chegou ao fim. A última participação foi do aluno David Cordeiro que compôs um poema sobre a temática e declamou parte dele em vídeo (leia na íntegra mais abaixo).
Também participaram Jaqueline Sola, Gabriel Alves, Mayrene Ferreira, Marcelo Lima e Joselene Siqueira.
Sem preludio, fomos envoltos em páginas desconhecidas.
Desapercebidos, caímos num hiato de incertezas.
Ironicamente, em união nos isolamos.
Os olhos se cumprimentavam, no pouco que nos encontramos.
Sem opções, inseguros seguimos. Transeuntes da dúvida.
O imperativo do afeto foi barrado pelo acaso da vida.
Atônitos numa estranha realidade,
Sentimo-nos personagens de uma legítima distopia de vulnerabilidade.
Em muitos momentos a fadiga existencial nos tomou,
e a nostalgia do que não se valorizava nos cobrou.
De uma ligeira quinzena, a uma anacrônica quarentena.
Fomos obrigados a nos reinventar, anormalmente imersos em um novo normal.
A realidade virtual, se tornou mais do que real,
Se fez essencial. Arriscaria mais, ela fez-se vital.
Presos num suposto labirinto de renovo
de um tempo aparentemente morto,
administramos, filosofamos e teologizamos no desconforto.
Deparamo-nos com “eus” e “tus”, que eram legítimos simulacros,
e ainda que isso seja dolorido, nos fez mais autênticos e menos fracos.
O que passou, concretamente não mais temos,
Mas o retemos e de certa forma ainda o revivemos.
Mas e o agora?
Ainda que não muito diferente, está mudado.
Evoluímos nos interlúdios desse traslado.
Mesmo que com dores, resilientes.
Com medo, corajosos.
Com incertezas, esperançosos.
O recomeço se duplica, mas em sincronia.
Entre o tão querido epílogo desse enredo
e o prólogo de novas páginas sem essa monotonia.
Mas o que virá? O que em novas páginas estará?
Sabe-se lá! O que nos resta é esperançar!