Ex-aluno do curso de Filosofia da Faculdade Dehoniana, Douglas Jefferson Mariano, publicou recentemente seu mais novo livro intitulado  Homo Aestheticus – O valor da beleza na sociedade da imagem . A obra é o resultado de uma pesquisa robusta e aprimorada, onde a “voz do autor”, ancorada em anos de estudo, permite-se conciliar teorias e deduzir proposições, em um movimento filosófico de desvelamento das condições de possibilidade do fenômeno estético.”. Vale lembrar que o taubateano Douglas Jefferson foi o idealizador do projeto Caixa Carpe Diem, que em 2016 levou poesia para pelo menos seis países.

O poeta concedeu uma entrevista para a Faculdade Dehoniana. Confira abaixo:

Qual a sua cidade?

R: Taubaté, SP.

Qual a sua idade?

R: 29 anos.

Qual foi sua inspiração para escrever o livro?

R: Inspirei-me em minhas próprias vivências, onde percebi, ao longo do tempo, o peso que uma “boa aparência” tem em sociedade. Passei a me questionar: por que a beleza nos atrai tanto? Qual o mérito da beleza? O belo é objetivo ou subjetivo? Se subjetivo, por que há tanto consenso estético em todo o mundo? A beleza desperta paixões, inveja, cobiça, êxtase, fascínio. Mexe com nossos desejos mais primitivos – muitas vezes inconscientes. É um tema universal, que interessa filósofos de todas as eras e nacionalidades. Porém, o “Homo Aestheticus” que temos hoje é de tipo único na História, com a mídia desempenhando papel crucial na formação de valores estéticos. Como quis trabalhar um tema que dialogasse diretamente com as pessoas de nosso tempo, “falar” do belo contemporâneo se encaixou tal uma luva.

Conte-nos a respeito da história que te fez escrever este livro

R: O livro teve como base meu Trabalho de Conclusão de Curso em Filosofia, pela Faculdade Dehoniana, no ano de 2018. Na época, tive em mente a ideia de transformar o trabalho em livro, caso ele fosse bem recebido pela avaliação da banca. O que felizmente aconteceu e me motivou a atualizar o texto para uma versão em livro – mais acessível para o grande público.

Qual foi sua maior dificuldade para escrever o livro?

R: Antes de tudo, eu me dispus a enfrentar o desafio de escrever algo “diferente”, fora do habitual. Então, usei como principal fonte conceitual a obra Les Déterminants de la Théorie Générale de la Valeur et ses Applications en Esthétique, en Religion, en Morale, en Economie et en Politique (traduzindo, Os Determinantes da Teoria Geral do Valor e suas Aplicações em Estética, em Religião, em Moral, em Economia e em Política), publicado pelo filósofo e economista belga Maxime Glansdorff, em 1966. Trata-se de um livro em francês, sem tradução para a língua portuguesa. Com a teoria do valor (especificamente, valor-estético) de Glansdorff, pude conciliar os pensamentos – muitas vezes conflitantes – dos mais variados filósofos, de Platão à Roger Scruton, por exemplo. Ademais, acrescentei “minha própria voz”, com afirmações que unem teorias científicas recentes acerca da beleza humana com a unidade teórica de Glansdorff, a saber, seus conceitos de valor, tendência e incidente, resultando, ao meu ver, em uma explicação bem embasada para responder o que, enfim, é a beleza. Sem dúvida, “encaixar” esses pensamentos em algo coeso e fundamentado foi minha maior dificuldade. Agradeço a orientação do prof. Silvio Costa, essencial para o sucesso de minha caminhada acadêmica – sem ele, nada disso seria possível. E, claro, minha eterna gratidão aos excelentes (melhores, impossíveis) professores da faculdade, que me auxiliariam, cada um a seu modo, a formar a base de conhecimento filosófico que tornou o livro possível.

Quando começou a escrever e quanto tempo levou para terminar o livro?

R: A primeira versão, em TCC, foi redigida durante o ano de 2018, aqui na Faculdade Dehoniana, ainda que o processo de maturação do tema tenha se iniciado ainda em 2016, no meu primeiro ano de curso. A adaptação para o formato em livro, com todos os muitos acréscimos, que vão de tabelas e imagens até um novo subcapítulo inteiro, relacionando beleza e sexualidade, referências e parágrafos adicionais, um prefácio do meu orientador, prof. Silvio Costa, e uma propedêutica filosófica, foi finalizada durante os anos de pandemia, com publicação pela Editora Casa Cultura, de André Luiz Cabral de Vasconcelos, e capa de Barbara Bonani, em janeiro de 2022.

Dê conselhos para outras pessoas que desejam escrever livros semelhantes ao seu. Temos muitos deles na região!

R: Estude, leia sobre o tema proposto o máximo que puder, principalmente (se possível) de autores que discordam de suas posições, o que te ajuda a criar seu próprio caminho, entre as muitas teorias divergentes. Aprendemos demais com discordâncias. Apoie-se em “terrenos seguros”, bem embasados, antes de permitir soltar a própria voz. Organize bem as perguntas que estará disposto a responder, de acordo com cada subcapítulo – ou mesmo cada parágrafo, para não perder o foco. Revise seu texto, com paciência, de tempos em tempos: há trechos que parecerão fora de propósito após relidos em semanas ou meses diferentes. Isso ocorre, pois nós próprios mudamos – e o que nos agradava anteriormente, no decorrer do processo, pode passar a soar pouco relevante. Por fim, escolha uma boa editora (ou pelo menos um bom aconselhamento editorial) e encontre seu público potencial. Eu encontrei o meu por meio da internet e, felizmente, consegui vender para todas as regiões do país, do Amapá ao Rio Grande do Sul, e mesmo para o exterior. Em breve, poderei inclusive entregar um exemplar à neta de Maxime Glansdorff, referência-mor do livro. Com planejamento, rigor, perseverança (e um bom apoio político-social, sem dúvida), podemos materializar nossos sonhos.

Quem quiser adquirir o livro, basta me mandar um e-mail (para djdouglasjefferson@hotmail.com) ou mensagem no Instagram (@djdouglasjheff). Está custando R$30. Envio para qualquer lugar do Brasil por R$7,50 de frete. Gratidão a todos os apoiadores.