O debate sobre a Campanha da Fraternidade de 2017 aconteceu na sexta, 31 de março, no auditório da Dehoniana, sob comando do Prof. Dr. Pe. José Adalberto Vanzella, que trabalha com a CF há mais de 10 anos.
O tema “Fraternidade: biomas brasileiros e defesa da vida”, e o lema “Cultivar e guardar a criação” (Gn 2.15), traz por objetivo geral cuidar da criação, de modo especial dos biomas brasileiros e das relações humanas que vivem nelas. Por isso, o texto base da CF 2017 destaca o desenvolvimento de uma ação conjunta, o desenvolvimento de políticas públicas, a diminuição do desmatamento, dentre outras.
A ação acontece durante o tempo da quaresma que é tempo de conversão. “Falar de conversão tem de ser de forma positiva, conversão para preencher a vida de graça. A pessoa tem de mudar, mudar a sociedade e a própria Igreja. Não se isola uma coisa da outra”, ressaltou Vanzella.
“Papa Francisco fala que Ecologia humana e ecologia ambiental caminham juntas. Qual o impacto do progresso econômico, novas tecnologias e sistema financeiro sobre os seres humanos e sobre o ambiente?”, disse, criticando o sistema de lucro e exploratório da natureza.
De acordo com ele, o bioma é conjunto de vida constituído pelo agrupamento contínuos e identificáveis em escala regional, com condições geoclimáticas similares e história compartilhada de mudanças, o que resulta em uma diversidade biológica própria.
“Quando a gente destrói um bioma, a gente destrói a garantia de vida daqueles que vivem dele”, afirmou o professor que explicou as extensões e regiões dos seis biomas existentes no Brasil: Amazônia, Mata Atlântica, Caatinga, Cerrado, Pampa e Pantanal. Segundo ele, quase 88% da Mata Atlântica do país foi destruída. “Até que ponto, nós que vivemos num meio urbano vamos sobreviver sem a Mata Atlântica?”, atentou.
Ele também chamou a atenção para o reflorestamento que muitas empresas fazem por obrigação. “No reflorestamento planta-se o que quiser, por isso, tem de pedir o replantio, que é a recuperação do próprio bioma”, reforçou, contando que algo plantado que não pertence ao bioma local, pode causar desequilíbrio no mesmo.