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Aluno da Dehoniana participa de Mutirão Ecumênico em Florianópolis

Publicado em: 03/09/2015 por


Luiz Gustavo Uchoa, estudante do 4º ano de Teologia da Faculdade Dehoniana, esteve presente no VIII Sulão – Mutirão Ecumênico, que aconteceu em Florianópolis entre os dias 28 e 30 de agosto. O encontro é realizado bienalmente entre Igrejas cristãs e organismos ecumênicos dos estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Uchoa foi como membro representante do NERI – Núcleo de Estudos e Relações Interconfessionais, organismo agregado à Faculdade Dehoniana.

O aluno partilhou essa experiência no texto abaixo, escrito em parceria com Ariél Philippi Machado, acadêmico de Teologia da Faculdade Católica de Santa Catarina, e membro do Núcleo de Ecumenismo e Diálogo Inter-Religioso da FACASC.

Confira o depoimento dos escrito pelos alunos:

Entre os dias 28 e 30 de agosto, em Florianópolis, aconteceu o VIII Sulão – Mutirão Ecumênico, um encontro realizado a cada dois anos entre Igrejas cristãs e organismos ecumênicos presentes nos estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. O tema deste ano foi “A missão da Igreja no Estado laico”, tendo como lema: “Venha a nós o teu Reino” (Mt 6,10). Estes dias de formação e oração geraram ainda mais convicção quanto à possibilidade de efetivar as “atividades e iniciativas, que são suscitadas e ordenadas, segundo as várias necessidades da Igreja e oportunidades dos tempos, no sentido de favorecer a unidade dos cristãos” (Unitatis Redintegratio, n. 4).

Ao refletirmos sobre a relevância do Estado laico, compreendemos que é preciso zelar pela igualdade de todos no Estado Democrático de Direito, de tal modo que o testemunho cristão seja de respeito ao pluralismo religioso e aos distintos sujeitos que reivindicam seus direitos. Dom Leonardo Ulrich Steiner lembrou-nos que “a laicidade do Estado não é sinônimo de não-religiosidade, antes, caracteriza-se como força e vigor de um povo”. As pessoas dinamizam e conduzem o Estado, por isso, é preciso levar em consideração a fé e a liberdade de cada indivíduo.

“A Missão da Igreja no Estado Laico”, tema deste ano, instigou o aprofundamento na posição que todo cristão deve assumir como uma partícula neste universo de ideias e ideais e da pluralidade sonhada por Deus. Por meio da oração abre-se a vida para a realidade de Deus, assim se cria uma nova perspectiva. Quando se pede: “Venha a nós o teu Reino”, pede-se que Deus faça brotar em nós aquilo que é do Reino.  As Igrejas e/ou Denominações não são o Reino, mas, fazem parte dele, e assim, como uma fração de um mundo diverso que é a sociedade elas precisam estar atentas aos clamores e anseios da diversidade.

Aos estudantes de Teologia engajados na causa ecumênica – que não é apenas tarefa acadêmica, mas de efetiva práxis pastoral -, é fundamental a presença em atividades como foi o VIII Sulão – Mutirão Ecumênico e fazer verdadeira experiência de ampliação do horizonte, estimulando o saber teológico por meio do contato com a realidade. Existe uma necessidade de contextualização da Teologia, de modo a torná-la acessível e traduzi-la em vida concreta. Para isso, é necessário comunicar-se e dialogar. E não há verdadeiro ecumenismo sem diálogo.

Deus se revela nas realidades concretas, não em ideias abstratas. Portanto, a comunidade cristã vive essa tensão entre o Reino de Deus e a realidade que vai se construindo na história. Os cristãos são chamados a construir uma sociedade mais justa e fraterna, que respeite os direitos dos cidadãos, dando assim testemunho de sua fé no mundo plural, por vezes desigual.

Experiências de fé e vida partilhadas como no VIII Sulão-Mutirão Ecumênico, ultrapassam o Ecumenismo e confirmam as palavras da Declaração Nostra Aetate, sobre as relações da Igreja com as religiões não-cristãs, quando reconhece que a verdade e santidade das religiões não-cristãs como obra do mesmo único Deus verdadeiro (NA 2). Em ‘Nossa Época’ – título da Declaração – o testemunho ecumênico carece de convicção em meios aos sincretismos, tolerância diante de tantas indiferenças, acolhida para tantos que batem em nossas portas.

Texto por:
Luiz Gustavo Uchoa
Graduado em Filosofia pela UNISAL-Lorena. Acadêmico do curso de Teologia pela Faculdade Dehoniana e Membro do NERI – Núcleo de Estudos e Relações Interconfessionais – desta mesma instituição.
 Ariél Philippi Machado
Licenciado em Matemática pela UNISUL. Bacharel em Filosofia pela FLS-Brusque. Acadêmico do Curso de Teologia da FACASC e Membro do NEDIR – Núcleo de Ecumenismo e Diálogo Inter-Religioso – desta mesma instituição.

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